sábado, 5 de janeiro de 2013

DIVAGAÇÕES

TEXTO 4






JÁ PASSOU O CARNAVAL

ONTEM MASCAREI-ME DE HAVAIANA.

EU SEI QUE JÁ NÃO TENHO IDADE PARA MÁSCARAS, MAS ANDO TODOS OS DIAS MASCARADA DUMA FELICIDADE QUE JÁ VIVI.
MAS FOI CARNAVAL E, RESOLVI VESTIR-ME COM O ESPÍRITO DA ALEGRIA , DO CALOR, DA ESPERANÇA E DA COR DO MAR, PARA  ESQUECER ESTE PAÍS QUE ME PÕE TRISTE.


A TRISTEZA E PREOCUPAÇÃO PAIRA NO AR, JÁ NÃO SE PROJETAM FÉRIAS, PEQUENOS PROGRAMAS  E A INSTABILIDADE NÃO NOS PERMITE SONHAR. VÊM-SE MENOS SORRISOS, NOS JOVENS E NOS MENOS JOVENS, OS EMPREENDIMENTOS ESTÃO PARADOS, AS LOJAS VÃO FECHANDO E AS QUE ABREM, FECHAM DOIS MESES DEPOIS DE ABRIREM. HÁ CADA VEZ MAIS CASOS DE DEPRESSÃO E OUTRAS DOENÇAS DO FORO MENTAL, TRABALHO NÃO EXISTE, MESMO PARA AQUELES QUE ACREDITARAM QUE VALIA A PENA ESTUDAR ANOS A FIO, PARA FAZEREM UMA LICENCIATURA, UM MESTRADO E ATÉ  UM DOUTORAMENTO, PORQUE TERIAM SEMPRE UM LUGAR NO MERCADO DE TRABALHO E UM PAÍS ONDE BRILHAR.
NÃO FOSSE O CARNAVAL E UMA MÁSCARA DE FAZ DE CONTA, NÃO SEI COMO SE ENCARARIA ESTE ROUBO AOS PENSIONISTAS, AOS TRABALHADORES E A TODOS OS QUE DERAM ALMA A ESTE PAÍS E QUE, NUNCA PENSARAM SER TRAÍDOS, NEM ROUBADOS.


ATÉ QUANDO AGUENTAREMOS ESTE PAÍS CINZENTO, COM TEMPESTADES À ESPREITA E SEM UMA RÉSTEA DE SOL?
Té 14/02/2013
(não copiar, texto de pintar e descobrir de Té)








TEXTO 3
DA TUA DESPEDIDA INVENTEI
AS ONDAS LARGAS DO TEU CABELO

NADEI NESSE MAR QUE É O TEU CHEIRO
QUE PROFUNDO FICOU NO MEU CAMINHO

HOJE NÃO ESTAVAS LÁ, NEM ONTEM, NEM NUNCA MAIS
MAS AINDA TE LEMBRO COM CARINHO

RESIGNADA DA TUA AUSÊNCIA

ATAQUEI A VIDA
MAS O PRESENTE ABSORVEU-ME

E AS ONDAS JÁ NÃO SÃO TÃO LARGAS
E O MAR JÁ NÃO É TÃO LIMPIDO

E O CHEIRO JÁ NÃO É O TEU
TU NÃO PODIAS VOLTAR

EU NÃO PODIA PARTIR
Té (16/01/2013)
(não copiar, texto de pintar e descobrir de Té)



texto 2

A minha visão da crise



Hoje fui ao médico. Não é sitio onde goste de ir, fujo a sete pés e mais alguns  que imagino, para não ter de me lembrar que o meu esqueleto, anda a fazer caretas.
Parece que posso ter umas mazelas não esperadas que me vão complicar a vida. Os exames vão ditar, se é razoável  a minha preocupação.

Como é que vou pintar, tocar piano e escrever, quando a minha mão direita se zanga comigo, por causa da crise?

Mas vislumbro uma boa solução, vou aumentar-lhe o ordenado, baixar-lhe o IRS, isentá-la do IMI, oferecer--lhe uma  nova  casa e, ainda lhe pago as férias, num resort de luxo, num paraíso fiscal.

Tenho apenas uma condição. Eu vou com ela, para não ficar com remorsos de a ver partir sozinha, sem ninguém que lhe ponha  o bronzeador e, me apareça aqui estorricadinha, como agora me sinto  neste meu país.
Esta mão direita é que sabe!

(10/01/2013)
(não copiar, texto de pintar e descobrir de Té)



texto 1

Todos os  dias  pergunto  o  que fazemos aqui?


Todos os dias respondo que é bom estarmos  cá,  aqui .
Estarmos  cá vivos,  e neste mundo,  é sempre melhor do que não saber onde vamos estar.

Não posso falar por todos, mas, posso falar por mim.

Num tempo difícil e sem grande futuro à vista, com perdas de caráter e de visão, não da visão como um sentido, mas a visão como uma previsão do que há-de vir, mesmo assim, ainda acho que é bom andar por cá.

Não sei se vos acontece, mas mesmo com tempo, nunca temos tempo, para fazer o que gostamos, no tempo certo.

Por isso, preciso de continuar aqui. Para ter ainda tempo de ser eu.

E é reconfortante, este pensamento de esperança para o ano de 2013,  com que termino, por hoje, as minhas divagações.

Em mágoas, alegrias e anseios a vida vai correndo

O tempo que vivi, feliz, foi sempre aqui

Tenho um avião à minha espera para me levar à glória

Outro para me trazer vitória

E um mar imenso que renasce em mim

A saúde para me manter inteira

Escrevo o que não sei calar

Amo o que sei amar

E agradeço por estar aqui

 Té (06/01/2013)
(não copiar, texto de pintar e descobrir de Té)



Sem comentários:

Enviar um comentário